[skin] Quando
Perguntava-me, muitas vezes, qual seria o dia em que não voltarias a entrar. Perguntei-me, muitas vezes – em todas as vezes que saiste – se voltarias a voltar. Em todos os momentos que ficavas lá fora, eu ficava quieto, sossegado, a sentir-te por dentro como se o silêncio fosse o instrumento perfeito para te despertar no movimento. Sentir-te como se mais nada pudesse fazer qualquer tipo de sentido. Sentir-te como se o tempo não tivesse tempo suficiente para eu te colocar dentro do meu tamanho. De uma só vez. De todas as vezes. Teus dedos a tocarem os meus. Todas as vezes. Teu corpo a abraçar o meu. Sempre que saías. Tua voz a silenciar meu grito. Em silêncio. O bater do coração da tua alma a cantar a minha. Teu corpo no enlace do meu. De mim. Com o que já não fazia falta ao resto do mundo. A paixão a ser a medida do tempo que nunca chegou a ser o suficiente para te colocar dentro de tudo o que eu tentava ser. E eu a não poder ser igual a ti. Os movimento serenos e contínuos da paixão e os dedos a tremer. A lingua a sarar. A respiração no arfar da dança e as tuas pernas a desenhar-me o caminho e eu. Eu a não poder ser como tu. A não poder sair. Eu a esperar que voltasses a sair para te poder sentir. Perguntava-me sempre quando é que não chegarias a voltar. Perguntei-me todas as vezes que saiste.
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