Monday, August 27, 2007
Friday, August 24, 2007
[skin] branco
ouve a dor a estragar o cenário
cala o grito se tiveres que correr
entrega o que faltar quando o resto não chegar
lê-te nas entrelinhas e abandona o texto
coloca as mãos sobre a folha branca e viola os parágrafos todos
escreve o que as palavras te fugirem
e respira. não te esqueças de respirar.
olha para dentro até não teres mais pé
ousa sonhar o fundo
devasta o que for terra na cinza
come as árvores inteiras e cospe a casca
cai para trás. a razão já não chega para respirar
podes trazer o que te couber na pele
o desejo a subir como se fosse porta de saida
toca o copo mutilado e abandona o sangue
no chão.
sente tudo. não digas nada.
Thursday, August 23, 2007
[skin] -f-a-d-e-
Podias ficar aqui durante uns segundos? É só até o meu corpo arrefecer. Só até que o frio recomeçe. Não. Que o frio se inicie. Comece do princípio e vá até ao que restar depois das cinzas. Tua pele mutilada nas minhas mãos. Teu olhar perdido por entre o que resta do meu. De pé. Eu de pé contra a mesa em que te abandono. Em que deixo ir para que possas continuar assim. Assim. A olhar para o que foi fundo em mim e onde estavas fiel, intemporal, como que eterno nas coisas que podem ser eternas como as estrelas como o céu como a tua incondicional presença. Espera que o meu corpo arrefeça. Vou morrer contigo. Nada vai mudar. Encosta-te tu à mesa enquanto me mutilas a pele. Enquanto me olhas o olhar que padece perante a vulnerabilidade inteira das coisas todas que eu não sei dizer. E depois não vai fazer diferença. Já nada vai fazer diferença.
Tuesday, August 21, 2007
[skin] puro
Monday, August 13, 2007
[skin] quando o frio chegar
[skin] susPiro
Eu continuo. A correr como se morresse. A morrer como se vivesse. A viver como se não chegasse nunca a respirar.
Monday, August 06, 2007
[skin] queimar
Virei a página e não li nem mais uma palavra.
Nenhuma a fazer sentido. Nenhuma letra.
O sol a intensificar a carne viva sem roupa. Nua.
Cruzei os braços no pousar das páginas.
Fechei os olhos e deixei o sol ficar. A queimar a carne nua.
[skin] hora
O resto a orar. Oração.
Espaço frio este em que se ergue esta casa. Santa. Espaço dos lugares nenhuns que vão daqui até além. Apesar do caminho, a casa a santificar a distância.
E o abraço no sorrir.
A presença no sentir.
Lugares de coisas tantas a significarem mais quando a partida é lugar de união.
Daqui até ali. Além. Lugar inteiro.
É hora da morte. Mais ou menos.